A Educação não sexista se trata de um projeto político que tem por objetivo a equidade de gênero, através de um referencial teórico metodológico que contemple reflexões sobre práticas sociais que historicamente tem concorrido para a desigualdade de gênero. Frente a esse projeto emerge a Economia Feminista em interrelação com a Agroecologia e a Economia Solidária debatendo a desconstrução de conceitos historicamente legitimado como o de patriarcado, economia hegemônica e propondo modelos alternativos. Nesse sentido, a Economia Feminista se propõe refletir sobre a reprodução social e, consequentemente, a divisão sexual do trabalho bem como a valorização do trabalho feminino. A agroecologia se vinculou ao projeto sobre a soberania alimentar, criando condições para a inserção de mulheres, maiores produtoras de alimentos dos quintais. E nesse processo é importante reconhecer o protagonismo das populações tradicionais, especialmente das mulheres, na memória e no aprimoramento constante das práticas de manejo de plantas e processamento de alimentos de forma a promover a sustentabilidade social e ambiental. Em aderência a tais projetos políticos, insere-se a Economia Solidária que se qualifica principalmente pela autogestão, dando oportunidades de produção e trabalho às mulheres. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo analisar as interfaces entre Economia Feminista, Agroecologia e Economia Solidária. Para isso analisou-se artigos, projetos e dados secundários que discutem essa problemática, publicados em periódicos científicos, scielo, google acadêmico e planos de cursos no sentido de verificar em que medida essas temáticas tem-se correlacionado. Os resultados mostram que o projeto político da educação não sexista, proposta pela Economia Feminista estão presentes no debate da Agroecologia e da Economia Solidária numa interrelação. Todavia, esses projetos ainda não são contabilizados nos modelos econômicos defendidos pela economia hegemônica, deixando, assim, o trabalho feminino ainda invisibilizado.