A literatura infantojuvenil é uma arte que utiliza a ficção como ferramenta capaz de aguçar o imaginário, despertar a curiosidade e suscitar questionamentos. Desse modo, configura-se consequentemente, como importante agente para repensar valores através de reflexões sobre a diversidade sociocultural e étnico- racial. Nessa perspectiva, objetivamos abordar a importância valorização da etnia negra por meio da representação dos personagens em histórias infantis no processo de autoafirmação identitária e desconstrução do imaginário racista, a partir do narrador- personagem presente na obra O Pequeno Príncipe Preto, de Rodrigo França. Os procedimentos teórico-metodológicos envolveram estudos apoiados em autores como Colomer (2017) sobre literatura infantil e juvenil; Ribeiro (2019) acerca da importância de leituras que referenciam positivamente a população negra e Cuti (2010) à respeito da incorporação e representatividade dos traços da cultura africana no personagem, autor e leitor negro. Realizada a análise, constatou-se a necessidade de acesso a narrativas, desde a primeira infância, que reflitam a valorização, apropriação e autoafirmação racial para processo de internalização positiva da própria identidade negra.