Em média 1 mulher é violentada sexualmente a cada 10 minutos, mais de 500 mulheres são agredidas por hora e 1 mulher é assassinada a cada 7 horas no Brasil. A violência em si, hoje em dia, é uma preocupação constante da população brasileira, mas a que oprime e mata mulheres, ainda não. Mas, afinal, qual o papel da educação, no geral, e do ensino de história, em particular, para intervir nesse cenário de claras violações aos direitos humanos das mulheres? O Brasil é sistematicamente afetado pela violência contra as mulheres e vem batendo recordes nos últimos anos. E essa realidade coloca o desafio de professoras/es e agentes da educação brasileira repensar suas práticas educacionais, éticas, militantes e cotidianas para considerar as mulheres enquanto sujeitos históricos e sociais. O presente estudo parte do pressuposto de que a urgência de tratar a violência de gênero contra as mulheres requer o uso do ensino de história no que toca aos temas sensíveis, como é essa temática. E esse recorte se faz viável, já que os novos paradigmas da ciência histórica permitem ampliar as abordagens e os objetos de estudos dentro dos estudos historiográfico e do próprio ensino de história. Por meio do diálogo entre os estudos produzidos no campo de gênero, violência e história das mulheres a partir do viés do pensamento decolonial, criou-se a proposta de uma nova disciplina eletiva elaborada para a realidade do Novo Ensino Médio no Estado do Ceará, como um currículo que configure um espaço de debate e estudo, no qual repensa as mulheres dentro da história escolar dando a devida atenção que o assunto merece e precisa.