Objetivou-se analisar os Saberes Docentes que são mobilizados, por professoras dos anos iniciais do ensino fundamental, ao abordarem assuntos relacionados à dengue, considerando a importância das práticas de Educação em Saúde na Escola para a prevenção das arboviroses, especialmente aquelas que são transmitidas pelo Aedes aegypti. Para tanto, a pesquisa considerou conhecimentos sobre as arboviroses (LOPES; LINHARES; NAZAWA, 2014, DONALISIO; FREITAS; VON ZUBEN, 2017), sobre a abordagem da Educação em Saúde (SCHALL; STRUCHINER, 1999; VENTURI; MOHR, 2021) e sobre a mobilização dos Saberes Docentes (TARDIF; RAYMOND, 2000; TARDIF, 2008). Logo, trata-se de uma pesquisa qualitativa, a qual contou com a análise de conteúdo das entrevistas de 40 professoras atuantes nos três primeiros anos do Ensino Fundamental de oito instituições (quatro públicas e quatro privadas) participantes da pesquisa em Belo Horizonte. Os resultados sugerem que as vivências pessoais, especialmente relacionadas ao adoecimento das participantes e de pessoas próximas, são decisivos para a abordagem da dengue em sala de aula. As professoras destacam a relevância dos folhetos informativos da Prefeitura de Belo Horizonte para a execução de trabalhos mais direcionados à prevenção da dengue. As docentes das escolas públicas mencionam o desenvolvimento de projetos escolares estruturados, com grande mobilização da comunidade escolar, para o combate à dengue. Neste sentido, reconhece-se que os saberes pessoais e os saberes provenientes de ferramentas de trabalho são essencialmente relevantes para a prevenção das arboviroses. Logo, espera-se que, após a importante epidemia de arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti, sofrida por Belo Horizonte em 2024, o poder público proponha estratégias de Educação em Saúde condizentes ao panorama sanitário do município, considerando ações escolares, direcionadas à abordagem das arboviroses na Educação Básica, como fundamentais à prevenção da dengue, da zika e da Chikungunya em meio urbano.