Visando compreender o processo de democratização do acesso à educação presente artigo teve como objetivo analisar como o ingresso por meio da modalidade sorteio ao Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco vem promovendo (ou não) a ampliação das oportunidades de acesso a estudantes com desvantagens socioeconômicas. Tratamos conceitualmente do direito à educação e dos debates em torno da democratização do acesso nos Colégios de Aplicação. Desenvolvemos uma pesquisa de abordagem qualitativa, e classificada como uma pesquisa de campo e pesquisa documental, na qual a coleta de dados se baseou na análise do Projeto Político Pedagógico do Colégio de Aplicação da UFPE, e em entrevistas semiestruturadas, realizadas com o diretor e uma das assistentes sociais que atuam na instituição. Em 2020, mediante a necessidade de isolamento social decorrente da pandemia da COVID-19, o CAp-UFPE se vê na obrigação de rever o processo seletivo, sendo instaurada a modalidade do ingresso por meio do sorteio de forma emergencial. Já no ano de 2023, o Colégio de Aplicação da UFPE define em seu Colegiado que o ingresso à instituição dar-se-á exclusivamente pela modalidade sorteio, tendo também as vagas destinadas ao Sistema de Cotas.A partir dos dados levantados, compreendemos a desproporção no acesso de alunos de camadas mais pobres ao Colégio de Aplicação com a modalidade de ingresso sendo avaliações admissionais. Os resultados evidenciaram que a modificação na modalidade de ingresso ao Colégio de Aplicação não foi uma decisão fácil, e foi tomada em prol da viabilização e promoção de uma educação pública de qualidade e excelência, destinada a todos.