Este trabalho corresponde a uma pesquisa exploratória, descritiva com uma abordagem qualitativa, iniciada com análise dos discursos do movimento social da neurodiversidade, um movimento protagonizado por pessoas neurodivergentes, que se autodenominam com conexões neurológicas atípicas, e reivindicam que esta singularidade seja tratada como uma questão de diferença humana, dentro da multiplicidade das distinções que caracterizam os humanos (sexuais, gênero, étnicas, raciais, entre outros). Eles criticam também a supervalorização do diagnóstico, por vezes capacitista, nas práticas educacionais do Atendimento Educacional Especializado- AEE. A referida pesquisa foi realizada com docentes do AEE das salas de recursos multifuncionais de 5 Unidades de Educação Básica (UEB’s) da área Itaqui Bacanga, periferia da capital São Luís - MA. Assim, este estudo buscou analisar os dados coletados por meio de um roteiro de entrevistas semiestruturadas aplicados com professores do AEE das salas de recursos multifuncionais da Rede, como objetivo de destacar a percepção destes docentes sobre a viabilidade de aplicação do discurso do Movimento da Neurodiversidade nas experiências de escolarização de crianças neurodivergentes da região em questão. Alguns dos resultados observados abrem margem para discussões sobre a formação continuada de docentes atuantes no AEE das redes públicas, bem como problemas ainda latentes na educação pública brasileira como uma estrutura básica de ensino e valorização do corpo docente, abrindo caminhos para se construir e implementar metodologias evidentemente inclusivas e menos capacitista para educação destas crianças.