Com a aprovação da Lei 13.935/2019 foi estabelecido que toda a rede pública de educação básica deve conter a atuação de Psicólogos e Assistentes Sociais através da inserção de equipe multiprofissional. O custeio do repasse de pagamento é realizado através do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB), regulamentado pela Lei nº 14.113/2020. Com a chegada do profissional psicólogo na escola, os conflitos em relação a interpretação do que o profissional deve fazer, ou não, são percebidos na expectativa de resoluto de conflitos que esse profissional representa no imaginário escolar. A ótica institucional tende a associar a função do psicólogo àquele que combate de frente as dificuldades comportamentais de oposição, rebeldia e casos de indisciplina. Entretanto, a mediação de conflitos depende da ação coletiva de todos os agentes educacionais. Esse estudo tem por objetivo descrever o relato de experiência como psicóloga educacional em uma escola municipal de ensino fundamental II, no interior do estado Ceará. Trata-se de um relato de experiência do tipo qualitativo, e que pretende descrever e refletir de forma crítica as demandas reais e superficiais, e como estas podem ser mediadas a partir de uma sensibilização das possibilidades de percepção da demanda advindas dos educadores. Observou-se que a identificação de demandas superficiais é objetivada na intervenção do profissional psicólogo como alcance da desconstrução de compreensões estereotipadas e engessadas no imaginário escolar. A partir dessa prerrogativa foi notável a desenvoltura do educador ao ser estimulado a interrogar, produzindo sensibilidade, abrindo margem para a empatia e compreensão do discente. Dessa forma, a demanda real emerge, validando a escuta ativa e o cuidado como função educativa-coletiva e não, somente, associado ao fazer da Psicologia.