O presente artigo é um relato de experiência docente sobre a produção do espaço escolar em uma unidade pública da Educação Básica do Estado de Roraima, tendo como objetivo analisar a relação entre o aluno imigrante venezuelano e as vias de uma educação intercultural no seio da própria escola. A pesquisa, desta maneira, utiliza observações realizadas pelo docente acerca da espacialidade produzida no tecido social da escola (não analisando apenas o espaço físico, mas também as relações sociais construídas materialmente no espaço), interpelando fatos históricos da unidade escolar e seu projeto político pedagógico para estabelecer uma análise forma-conteúdo dos possíveis caminhos ou desafios da unidade escolar na realização de uma educação intercultural inclusiva ao aluno imigrante. Os resultados nos indicam um entrave para a educação intercultural na unidade escolar: os alunos imigrantes e brasileiros se segregam no espaço escolar, repercutindo as contradições das práticas sociais no seio escolar – por mais que a escola materialize estratégias de enfrentamento a tais práticas, a reprodução delas ainda se materializa. A educação pública do Estado de Roraima se apresenta como um campo fértil para a realização de uma verdadeira Educação Intercultural, portanto, novos estudos na área devem ser desenvolvidos para evitar que essa fertilidade seja completamente erodida.