O Maranhão, segundo o censo 2022, apresenta 217 municípios, 30,2% da população não é atendida pela coleta do lixo doméstico, e dispõe de apenas três aterros sanitários e seis aterros controlados, situação preocupante e que não atende à Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305, agosto 2010). A discussão sobre a realidade e problemas locais são relevantes na educação, sobretudo nas aulas de Ciências e Biologia. Vemos a Alfabetização Científica (AC) como possibilidade para o desenvolvimento de visão crítica nos estudantes, levando-os a reflexões e posicionamentos frente aos problemas de seu contexto, buscando soluções de forma responsável. Esta pesquisa objetivou analisar como o Documento Curricular do Território Maranhense (DCTM) propõe a discussão da temática no ensino de Ciências e Biologia. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, do tipo documental, cujos dados coletados foram submetidos à Análise de Conteúdo de Bardin. Foram observadas, para o Ensino Fundamental, sugestões de atividades como: reutilização de recipientes para uso como lixeiras de coleta seletiva (1º ano); alternativas para reutilização de objetos de diferentes materiais (2º ano); proposição de projetos sobre reutilização e reciclagem, propostas para intervenção nos problemas ambientais na cidade e descarte adequado de resíduos (5º ano). Para o Ensino Médio, em Biologia, conteúdo sobre poluição (3ª série). Nos itinerários formativos da 3ª série, áreas Ciências da Natureza e Linguagens e suas Tecnologias, conteúdo sobre poluição em Biologia e, em Química, a política dos 5 Rs. A realidade maranhense apresentada não é claramente proposta no currículo. Defendemos a necessidade da abordagem da temática em Ciências e Biologia, com desenvolvimento de propostas pedagógicas que contribuam para o desenvolvimento da cidadania, estimulando a percepção de problemas sociais que os/as cercam e a atuação ativa na sociedade, conforme os pressupostos da AC.