O estudo da competência emocional é uma das mais importantes áreas de investigação no desenvolvimento humano. As estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS, 2013) revelam que, em todo o mundo, 10-20% das crianças e adolescentes sofrem de perturbações mentais e emocionais. As taxas de ansiedade, agressão, problemas de relacionamento com colegas, distúrbios de conduta, depressão, transtorno de déficit de atenção e abandono escolar estão aumentando (Schonert-Reichl & Lawlor, 2010; Maras, Thompson, Lewis, Thornburg, Hawks, 2015). Estas estatísticas indicam a necessidade crítica de uma consideração proposital das necessidades socioemocionais dos alunos no processo de educação. No Brasil os transtornos psiquiátricos na infância e na adolescência são prevalentes, afetando aproximadamente uma em cada 10 crianças brasileiras (ANSELMI, et al. 2010). A investigação mostra que as competências socioemocionais podem ser ensinadas e aprendidas sendo tão valiosas para o desempenho escolar quanto o desenvolvimento cognitivo (Carthy Foundation, 2013). Alguns estudos mostraram que as escolas são o principal local para melhorar as competencias emocionais das crianças (Foster et al., 2005; Weisz, Sandler, Durlak, & Anton, 2005). Os programas para ensino das competencias emocionais são planejados para criar ambientes de aprendizagem que acomodem as necessidades de desenvolvimento dos alunos, incluindo sentimentos de pertencimento, segurança e proporcionando condições ideais para o desempenho nos diferentes domínios de suas vidas – pessoal, escolar e social (Catalano, Berglund, Ryan, Lonczek e Hawkins, 2004). O presente artigo tem como objetivo apresentar alguns dos resultados da investigação sobre estas questões, analisar as necessidades dos professores e dos alunos e discutir as implicações para a formação e prática docente nesta disciplina.