Sabe-se que a leitura se configura como uma forma potente de aprendizado e de reflexões em sala de aula, bem como fora do espaço escolar. De acordo com tal reflexão, cabe às/aos mediadoras/es da leitura, além de se direcionar também a outros atores sociais, promoverem oportunidades em que leitoras e leitores se debrucem, de maneira significativa, por meio de análises das narrativas dos contos lidos, por exemplo, em leituras que sejam capazes de proporcionar a vivência crítica a partir do que se lê. Baseando-se nessa perspectiva, experienciou-se a leitura do conto “Marrom-escuro, marrom-claro”, de Jarid Arraes, presente na obra contística da autora intitulada Redemoinho em dia quente, com turmas do 7º ano do ensino fundamental anos finais, que alude, entre outros aspectos, sobre temas relacionados às questões raciais, a fim de formar leitores críticos. Para embasar a discussão, fundamentou-se em Bajour (2012), Jouve (2002), Hooks (2013), Petit (2013) e Silva (2009). Tais estudiosas/os versam, respectivamente, sobre escuta nas práticas de leitura do texto literário, a respeito da leitura propriamente dita, relativo a ensinar para transgredir, direcionando, assim, os jovens à leitura e, por fim, incitando-os à criticidade por meio dessa práxis citada anteriormente. Para concretizar o trabalho, dividiu-se o momento em pré-leitura, leitura e pós-leitura, por meio de atividades orais e escritas, como forma de propiciar a fruição a partir da oportunização com o texto literário. Conclui-se que tais proposições foram de grande valia para que as/os estudantes refletissem sobre a sociedade, os seus estigmas, principalmente os que desencadeiam em questões étnico-raciais.