O presente estudo propõe um diálogo sobre as infâncias nas obras de Paulo Freire, apesar da infância não ser o enfoque de seus livros, observou-se uma contribuição acerca da valorização de uma infância livre e autônoma. Metodologicamente, utilizou-se de uma pesquisa bibliográfica, de abordagem qualitativa fundamentada em Lakatos e Marconi (2003), assim, mediante a realização de uma pesquisa bibliográfica, foi possível realizar um mapeamento do que os autores dizem sobre a temática afim de contribuir com a literatura existente e consequente difusão dos estudos. Desse modo, realizou-se uma pesquisa sistematizada em uma interface entre Freire (2001) e autores da Sociologia da Infância, tais como: Corsaro (2011) e Sarmento (2004) e Kramer (2000). O objetivo foi identificar na obra do autor aspectos/conceitos que remetiam ao reconhecimento das infâncias múltiplas.Como resultados preliminares evidenciou-se que nas obras de Freire o reconhecimento das infâncias ocorre quando fala sobre a curiosidade menina, do perguntar como ato político e revolucionário, quando valoriza a infância de forma a pensar que um educador de sucesso em sua prática precisa manter vivo essa essência da infância, desse modo, é possível encontrar várias referências a infância, e isso se dá em uma perspectiva de infância livre, autônoma corroborando com a teoria que não há apenas uma infância, mas múltiplas infâncias em uma interseccionalidade de raça, cor, etnia, dentre outros contextos.