Com o desenvolvimento da tecnologia, o surgimento das redes sociais e da inteligência artificial (IA), o campo da Ética é ampliado para o estudo das relações sociais na cultura digital. É preciso pensar em uma ética que possa subscrever os dilemas envolvendo o uso das tecnologias para a apreciação dos documentos normativos da educação que direcionam a formação docente com vistas à educação crítica dos estudantes. Neste trabalho, temos por objetivo refletir sobre a Pedagogia Crítica (Freire, 2020a, 2020b, 1992) como substrato teórico para pensarmos a questão da tecnologia sob uma perspectiva crítica, à luz da Ética Digital e da Ética da Inteligência Artificial, buscando compreender as relações entre educação, poder e capitalismo. Esta pesquisa é de natureza bibliográfica e exploratória, cujos dados são analisados em uma abordagem qualitativa e interpretativista. Discutiremos o conceito de tecnologia e a necessidade de uma postura ética e crítica na sua utilização na esfera educacional. Para fundamentar nossa discussão sobre os campos da Ética e da Ética digital, recorremos a Hanna e Kazin (2021); Noble (2021) e O’neil (2021), refletindo sobre o(s) impacto(s) da IA nas relações digitais e para além desse campo. Os resultados preliminares do estudo apontam que a questão da tecnologia oscila, majoritariamente, entre sua incorporação nas práticas docentes e seu uso em sala de aula, não necessariamente em uma chave crítica, que tenciona o campo político de sua utilização e reacomodação em uma esfera que se coaduna com a multiplicidade das vivências dos estudantes; além disso, possibilita pensar a relação de coisificação dos oprimidos frente à opacidade da linguagem de programação (algoritmos) que fundamenta as IA que regulam, cada vez mais, áreas importantes nossas vidas na contemporaneidade.