Esta pesquisa investiga o conhecimento dos docentes sobre Paulo Freire, tendo como objetivo principal coletar dados sobre as concepções e percepções docentes a respeito da teoria e prática do educador na atualidade. Considerando os persistentes e históricos ataques ao autor, inclusive por parte de grupos docentes contrários à pedagogia freireana, bem como a importância do educador para a construção de uma escola democrática e libertadora, o presente trabalho busca analisar possíveis lacunas em programas de formação docente quanto ao desenvolvimento de estudos sobre o autor, que por sua vez, pode estar associado a pelo menos dois grandes problemas que afetam as representações sociais em torno do pedagogo: 1) alheamento docente quanto aos conhecimentos sobre a teoria e prática de Paulo Freire e 2) reflexos negativos nas concepções que os profissionais do magistério desenvolvem acerca do educador. A hipótese central é que a ausência de estudos da obra e vida de Paulo Freire na formação continuada docente tem acentuado desconhecimentos sobre o autor e fortalecido o desenvolvimento de concepções equivocadas acerca do pensamento freireano e, por conseguinte, esse cenário negativo tem sido propagado aos demais setores da sociedade brasileira. A pesquisa foi desenvolvida em uma escola pública municipal no interior de São Paulo e contou com a participação de doze professoras da educação básica, além da coordenadora e diretora da escola. A metodologia fundamentou-se na abordagem qualitativa em face das possibilidades de desenvolvimento de ações fundadas na reflexão, diálogo e interpretação das informações levantadas nesse percurso investigativo. Os dados foram coletados através de questionário com questões abertas e fechadas e mediante a realização de grupo focal com questões abertas numa dinâmica dialogada. Esta pesquisa é um desdobramento de um projeto de pesquisa mais abrangente intitulado: “Paulo Freire na escola: uma questão de formação”.