A educação sexual no Brasil é um objeto de conhecimento previsto nos currículos estaduais e apoiado pelos documentos referenciais de ensino no país, como a BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Contudo, esses documentos focam as ações nos cuidados com o corpo e com foco em aspectos da prevenção de doenças e gravidez na adolescência, temas que demandam conhecimentos básicos na área das ciências biológicas. Nesse sentido, diante do pouco tempo para a exploração do tema, as práticas se distanciam do teor crítico da problemática que reflete muitos desafios enfrentados pela sociedade brasileira, como homofobia, abuso, importunação sexual e o abandono parental. Assim, o presente trabalho traz a dinâmica do “Espectro de Opiniões” como alternativa para trabalhar esses temas em paralelo ao conteúdo previsto no currículo do ensino médio. Para tanto, apresenta-se um relato de experiência do desenvolvimento e aplicação do recurso didático como metodologia ativa. A atividade foi elaborada em uma ação de extensão sobre o tema "IST's e métodos contraceptivos" e consistiu em uma projeção com 21 afirmativas (opiniões populares) acerca da sexualidade humana, além da produção de 40 placas em cores verde (frente) e vermelho (verso). Os participantes da dinâmica, que compreendiam cerca de 40 estudantes do primeiro ao terceiro ano do ensino médio, deveriam concordar (usando a cor verde) ou discordar (usando a cor vermelha) da frase exposta no slide. Sobre cada afirmativa um estudante foi convidado a explicar seu ponto de vista e os demais foram convidados a debater junto as mediadoras sobre cada uma das colocações. O momento foi finalizado com “tira-dúvidas” sobre educação sexual e o método demonstrou ser uma excelente opção para discussões de tema de caráter social no contexto da educação sexual, corroborando a formação cidadã dos discentes.