Esse trabalho aborda a importância das relações afetivas no ambiente escolar, dando ênfase à questão das amizades e ao impacto dessas relações no processo de ensino e aprendizagem. O material empírico desse trabalho faz parte de uma pesquisa mais ampla realizada pelas autoras, que teve como principal objetivo examinar de que modo a relação afeto-cognição foi levada em consideração durante a transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, vivenciada por crianças durante o período da pandemia da Covid-19. Contou com a participação de 32 crianças matriculadas no primeiro ano do EF em 2021 em uma escola pública municipal, seus familiares e a professora. As análises foram fundamentadas na teoria histórico-cultural, com ênfase no desenvolvimento das funções psíquicas superiores e a unidade afeto-cognição. O estudo permitiu-nos identificar que para as crianças as amizades e as brincadeiras são os principais motivadores para a vida escolar, sendo que as amizades atravessam as relações que as crianças vão estabelecer com a atividade de estudo e possuem extrema relevância nesse processo. Destaca-se a importância de olharmos para essas relações como parte integrante do sistema de desenvolvimento, assim como a relevância da promoção de práticas pedagógicas que priorizem a integração, a escuta e o acolhimento das crianças.