Esta pesquisa intitulada Atores da política? Traduções Docentes na Reforma do Ensino Médio, defende a tese de que os professores assumem diferentes papéis e atuam de formas diferentes de acordo com suas interpretações e traduções da política, e essas diferenças demonstram atuação de rejeição, de aceitação descrente e de não enfrentamento. O objetivo geral foi analisar como os professores e os gestores de três escolas piloto, na cidade de Joinville, Santa Catarina, traduzem a política do Novo Ensino Médio no contexto da prática. Partiu-se de alguns questionamentos que, posteriormente, geraram a questão de pesquisa: Como a política prescrita é traduzida e interpretada pelos professores no cotidiano escolar? Para tal, foi utilizada a perspectiva do Ciclo de Políticas com base no referencial teórico de Ball, Maguire e Braun (2016), e como ferramenta de análise, foram utilizadas a Teoria de Atuação das Políticas, de Ball, Maguire e Braun (2016), e a Análise Relacional, de Apple (2006). Evidencia-se, assim, como professores e gestores colocam a política educacional em prática e como atuam sobre ela, com destaque para as percepções desses sujeitos a respeito das possibilidades, das expectativas e dos limites de suas ações dentro das circunstâncias em que se encontram. Tendo em vista condições específicas das três escolas participantes da pesquisa, foram identificados três atores e trabalhos com a política, a partir da teoria desenvolvida por Ball, Maguire e Braun (2016), quais sejam: os Envolvidos, os Céticos e os Imparciais. Tal modo de compreender as políticas indica a importância de olhar para as possibilidades de tradução e de interpretação a partir das diretrizes que as orientam. É fundamental e decisivo para a produção do texto de tais políticas reconhecer os diferentes tipos de papéis, as ações e os compromissos dos sujeitos no complexo ciclo das políticas educacionais.