O ensino de ciências/biologia expõe obstáculos substanciais relacionados ao caráter microscópico de alguns conteúdos, principalmente para estudantes com deficiência visual. Essa realidade suscita reflexões pertinentes sobre a qualidade e a equidade do acesso à educação, bem como sobre os desafios enfrentados na promoção de um ambiente de aprendizado inclusivo. Assim, o objetivo do presente trabalho foi desenvolver um kit de modelos didáticos tridimensionais (3D) do tecido muscular para serem utilizados dentro de uma sequência didática problematizadora, a fim de contribuir com a compreensão dos conceitos científicos de maneira tátil e sensorial. Nesse viés, a problematização foi baseada em compreender os benefícios dos exercícios físicos para a saúde e o bem-estar, integrando tecnologia 3D para oferecer uma abordagem acessível, na qual os estudantes podem diferenciar o tecido muscular estriado esquelético, o estriado cardíaco e o liso. Outrossim, o kit contém um guia instrucional de usabilidade para os professores, contemplando a sequência didática com a problemática envolvida, bem como a inclusão de áudio descrições para os estudantes com deficiência visual, a fim de auxiliá-los a terem mais autonomia e compreensão do que estão explorando. Portanto, a elaboração de um recurso didático do conteúdo de histologia na perspectiva inclusiva foi desafiadora, exigindo adaptações para torná-lo coerente, como a necessidade de simplificar os conteúdos científicos sem perder o detalhamento de estruturas celulares, valorizando os contornos e texturas. Assim, os modelos didáticos elaborados nesse trabalho promoverão um aprendizado mais acessível com a exploração de estruturas celulares do tecido muscular, que com materiais tradicionais seria difícil de compreender, transformando significativamente a experiência educacional.