O artigo é uma reflexão sobre a articulação entre a Interculturalidade e a Educação Geográfica no Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) do Colégio Pedro II/MEC diante da implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A problematização da formação docente no conjunto de diretrizes e metas da BNCC é um grande desafio. Incorporar nos saberes e fazeres da ciência geográfica os conceitos relacionados com a interculturalidade agrega um diferencial de qualidade ao currículo do Proeja. A clareza e as diferentes perspectivas acerca do nosso objeto de investigação permitem demonstrar que o tema não está restrito ao encontro de duas ou mais culturas, a proposta de trabalho diante de um mundo complexo deve procurar no diálogo e no espaço do entrelugar mecanismos para desconstruir os projetos vinculados à relação de dominação cultural. Nesse sentido ao valorizarmos a existência de um saber geográfico nas comunidades, um conhecimento geográfico-cartográfico, que identifica cada povo, seu território e valoriza sua diferença toma como base o reconhecimento do direito à diferença, também tenta estabelecer uma relação de diálogo e igualdade entre os indivíduos que pertençam a grupos totalmente distintos, sempre trabalhando o que advêm desta realidade. A escola baseada na fragmentação do ensino, compartimentada e organizada valorizando os conteúdos disciplinares não está garantindo o aprendizado dos conhecimentos científicos para resolver os problemas civilizatórios que afligem a sociedade na contemporaneidade. O pertencimento e a afetividade do Lugar permitem construir os pilares de um currículo democrático e plural, comprometido com a complexidade e na defesa de uma Educação Geográfica Intercultural. Valorizar a interligação desses saberes em sintonia com a totalidade, baseada nos princípios da liberdade e na emancipação política do cidadão é o caminho para pensarmos o conhecimento como ciência, arte e vida.