Este estudo apresenta os resultados de um projeto de investigação que buscou analisar como práticas de ensino e aprendizagem mais híbridas e flexíveis podem contribuir para a especificidade da oferta educacional na Educação de Jovens e Adultos - EJA, considerando as características próprias da modalidade e a experiência de ensino remoto durante a pandemia. Para isso, foi desenvolvido um estudo bibliográfico a partir do levantamento de pesquisas sobre o ensino remoto desenvolvidas durante os anos de 2020 e 2021 com a EJA, nas cinco regiões brasileiras. As análises construídas indicam que a chegada inesperada da situação pandêmica, que provocou o encerramento imediato das aulas presenciais, além de ter evidenciado a falta de centralidade da EJA na gestão da educação pública, demandou às redes de escolas decisões rápidas, sem tempo e recursos suficientes para fundamentar adequadamente o ensino não presencial. Ações como a formação de todos os envolvidos, o desenvolvimento de uma infraestrutura tecnológica apropriada, o planejamento dos currículos, conteúdos e práticas de acompanhamento e avaliação não foram fundamentadas com base nos princípios de uma educação humanizada que priorize a equidade de oportunidades. No entanto, com base na análise de pesquisas conduzidas em todas as regiões do Brasil, constatou-se que o ensino remoto, de forma mais ou menos efetiva, proporcionou o questionamento do formato tradicional de educação de jovens e adultos, ampliando a reflexão sobre novas abordagens relacionadas a personalização, mediação, arranjos curriculares e concepções de aprendizagem que priorizem a autonomia dos estudantes na relação com o uso das tecnologias digitais.