Este texto resulta de um esforço reflexivo derivado de um estudo que está em curso. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de abordagem etnográfica, cujo objetivo é compreender como os alunos estão desenvolvendo conhecimentos, habilidades reflexivas e senso crítico na disciplina de História, visando conhecer as práticas pedagógicas no cotidiano da sala de aula, tendo em vista os impactos dos eventos históricos dos últimos anos: a pandemia do Covid-19, a crescente onda do conservadorismo e o avanço do neoliberalismo, gerando um discurso desfavorável ao ensino público com a responsabilização e a meritocracia na educação (Freitas, 2012). A pesquisa de campo está sendo realizada em duas escolas. Na primeira escola, a coleta de dados foi realizada durante 2023. Trata-se de uma escola da rede estadual, localizada no município de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, com quatro turmas do 9º ano do Ensino Fundamental, cujos dados estão sendo sistematizados e analisados. Atualmente, estamos na segunda escola e a coleta de dados está sendo feita ao longo de 2024. Esta pertence à rede pública municipal, também no município de São Gonçalo. Os procedimentos adotados no campo são: observação participante (André, 1995), entrevista semiestruturada (Minayo, 2004), análise documental, fotografias, oficinas pedagógicas, dentre outros. Este estudo tem como referencial teórico Tardif (2009), Bourdieu (1998), Sacristán (2000), Dubet (2003), Freitas (2012), Tura (2002), Nóvoa e Alvim (2021). A partir das análises preliminares, esta pesquisa traz evidências de que, de um lado, há uma cultura escolar (Tura, 2002; Libâneo, 2009) que não valoriza a disciplina de História, colocando-a numa subcategoria em detrimento de outras disciplinas tidas como “mais importantes". De outro lado, as práticas pedagógicas enriquecidas com jogos criados a partir dos conteúdos ensinados dá pistas de que possibilitou um enriquecimento curricular (Sacristán, 2000), transbordante de significados para os alunos.