Na sociedade contemporânea em que vivemos é nítido o problema do racismo e demais preconceitos e estereótipos envolvendo a comunidade negra; a escola que possui o papel de educar os indivíduos e prepará-los para ser cidadãos críticos e ativos, acaba muitas vezes contribuindo para a reprodução e continuidade deste problema, pois mesmo quando se debate a temática de escravidão e a situação e problemas enfrenados do negro em sociedade, a escola e professores utilizam como referências de abordagem o pensamento eurocentrista, não levando em conta o que nossa ancestralidade africana produziu. Em decorrência desse problema o artigo visa abordar essas questões através dos relatos de dois exs- escravizados: Olaudah Equiano e Mahommah Baquaqua, capturados em sua terra natal e levados à condição de escravizados, escrevendo suas terríveis experiências do tráfico negreiro. Esses relatos são pouco, ou nunca discutidos em sala de aula e muitas vezes desconhecidos pela comunidade escolar, além da inexistência do mesmo nos livros didáticos, mesmo com a lei 10.639 de 9 de janeiro de 2003 que torna obrigatório o ensino da cultura afro-brasileira e africana nas escolas, é preciso que este ensino seja desenvolvido com referências importantes que tragam perspectivas que rompam com o pensamento colonial e hegemônico.