Este artigo se debruça sobre o potencial transformador do ensino do Teatro e da Pedagogia do Teatro do Oprimido no âmbito da saúde mental, narrando uma experiência realizada no Complexo de Saúde Professor Severino Lopes (CSPSL), em Natal/RN, entre março/2023 a setembro/2023. A intervenção envolveu pacientes em internação para tratamento de dependência química e/ou transtornos mentais, tendo como principal caminho metodológico as vertentes e técnicas do Teatro do Oprimido, idealizadas pelo teatrólogo Augusto Boal. Alicerçada nas reflexões de Larrosa (2002) sobre a experiência, Freire (1987; 1992) acerca da Pedagogia do Oprimido e da Esperança, e Boal (2019) com suas teorias e técnicas teatrais, a intervenção se transformou em um espaço fértil para escuta ativa, diálogo e construção coletiva de novas perspectivas. Esta experiência no CSPSL demonstra o potencial transformador do ensino de Teatro e do Teatro do Oprimido no contexto da saúde mental. Através da práxis teatral, os participantes foram impulsionados a romper com os ciclos de opressão, construir novas narrativas para suas vidas e trilhar um caminho em direção ao bem-estar e à autonomia. Acredita-se que este relato possa inspirar novas experiências que explorem o potencial do ensino de Teatro como linguagem frutífera na saúde mental.