A falta de educação sexual, primordialmente no âmbito familiar, implica na opção de crianças e adolescentes tirarem suas dúvidas em fontes inadequadas, assim como é retratado no livro Menino de Engenho, de José Lins do Rego, no qual o protagonista, por falta de orientações consistentes, acaba sendo acometido por uma doença sexualmente transmissível (DST). Este artigo tem como objetivo examinar a influência do meio social na instrução sexual do grupo etário mencionado, contrastando traços eróticos presentes no romance com questões da contemporaneidade e à luz de fundamentação teórica. O referencial teórico-metodológico é constituído por pesquisa bibliográfica com base em artigos científicos e livros que abordam o desenvolvimento físico e psicológico do ser humano, como também a influência do meio social no processo de educação sexual dos menores de idade. Será utilizada, também, a técnica de análise de conteúdo (Bardin, 2011), cujos dados serão extraídos do livro de José Lins do Rego (2003), e analisados sob abordagem qualitativa. Constatou-se que, desde a época em que se passa a história, já existia o receio de se conversar entre responsáveis e menores a respeito da sexualidade, além de pensamentos machistas e patriarcalistas relacionados à atividade sexual, a exemplo da atuação do grupo de amigos, na obra em estudo. Em consequência, percebeu-se que o comportamento do grupo etário mencionado resultou na iniciação de prática lasciva precoce, o que, na prática, poderia ser influenciado, positivamente, por meio da educação sexual.