Este artigo é síntese do resultado de uma investigação sobre a prática educativa no ensino de Geografia do 5º ano e seu diálogo com o espaço sócio-histórico em comunidades de pescadores artesanais, em escola pública do município de Governador Celso Ramos-Santa Catarina, Brasil. Tem como objetivo compreender como a prática educativa no ensino de Geografia pode contemplar a diversidade do espaço sócio–histórico da comunidade dos pescadores artesanais na perspectiva da interculturalidade crítica. Propõe o diálogo e a valorização da produção cultural de seus sujeitos para promover a construção de conhecimentos. Trata-se, portanto, de uma pesquisa, de caráter etnográfico, com abordagem qualitativa e fundamentada nos princípios da Geografia crítica, a qual pressupõe tratar o indivíduo a partir da coletividade em que ele se formou como pessoa. No que diz respeito aos procedimentos metodológicos, foi adotado o estudo de campo e bibliográfico, com o auxílio de entrevistas dos professores, dos pescadores, bem como de seus familiares. A partir das referências sobre interculturalidade, diálogo e Geografia crítica, da proposta pedagógica e do estudo de campo, analisa os conhecimentos apresentados na apostila didática e os desenvolvidos na prática educativa. Nessa perspectiva constatou-se: por parte dos professores da escola, o interesse em desenvolver atividades pedagógicas que aproximem a prática educativa do seu contexto; e, por parte da comunidade, a necessidade de valorização dos saberes desta. O estudo apresenta possibilidades de valorização do diálogo da prática educativa no ensino de Geografia com o contexto sociocultural dos pescadores artesanais e inserção deste, na proposta educativa da escola, a fim de promover a aprendizagem significativa. Além disso, oferece a reconstrução do Plano Pedagógico da escola, aproveitando ao máximo, o espaço sócio-histórico local para se chegar a outras culturas, na intenção de contribuir com a transformação de pessoas e da sociedade.