O governo federal, através da Lei 14.640/23, instituiu o Programa Escola de Tempo Integral, com o objetivo de ampliar o número de matrículas em todas as etapas da educação básica. No entanto, essa modalidade não é novidade no Brasil. Desde 2014, a rede municipal de Fortaleza oferta escolas de tempo integral (ETIs) para o ensino fundamental. Assim, o presente trabalho tem como objetivo analisar a proposta curricular da base diversificada das ETIs e a sua relação com o ensino de História. Esse currículo abrange disciplinas como Formação Cidadã, Projeto de Vida, Protagonismo Juvenil, Aprendizagem Orientada, Práticas Experimentais, Pensamento Científico e componentes eletivas, mas que não foram abarcadas nos processos de formação inicial dos professores e professoras que atuam nessas escolas. Destarte, a presente comunicação também propõe refletir sobre o lugar do ensino de História nesse currículo. Em outras palavras, sobre como os docentes podem subverter essas propostas em defesa de uma educação crítica e reflexiva, que não recaia apenas numa escola de tempo integral, mas de modo integral. Como exemplo, através do edital de financiamento Boas Práticas nº 02/2023, foi aprovado um projeto de produção audiovisual na escola acerca das memórias da comunidade do bairro Autran Nunes, em Fortaleza/CE. A produção do documentário envolveu discussões sobre conceitos de memória, identidade e ancestralidade, além de reconhecer os discentes como também produtores de conhecimento. O trabalho tem como pressuposto teórico as discussões de Miceli (2023), Machado (2019), Seligmann-Silva (2022), Arroyo (2014) e hooks (2017).