Este texto é desdobramento de um estudo que está em curso. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de cunho etnográfico, cuja primeira fase do campo foi feita em uma escola estadual, no ano de 2023. A segunda fase está sendo feita, na atualidade, em uma escola da rede do município, ambas as escolas estão situadas no município de São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro. Entendemos que o currículo traduz uma ação sistemática de transmissão de conhecimento, que é de muitos modos, atravessado pelas “culturas” que se comunicam e se influenciam mutuamente, havendo, portanto, uma relação de troca que dá o tom da riqueza, da interação professor-aluno, da relação ensino-aprendizagem e mesmo nas intervenções e práticas pedagógicas na sala de aula. O(s) currículo (s) são dotados de linguagens que produzimos e que são traduzidas nos significados, discursos e códigos que, lhe dá forma, materializando, as práticas na sala de aula, as relações sociais na escola, produzindo, também, identidades e subjetividades e, sobretudo, diferentes “culturas” na especificidade dos contextos escolares. Nessa perspectiva, o objetivo da pesquisa é conhecer as articulações entre o currículo escolar e as práticas pedagógicas cotidianas que orbitam em torno deste, modelando e possibilitando diferentes aprendizagens e uma diversidade de sentidos para o percurso escolar, a partir da relação professor-aluno no pós-pandemia. O referencial teórico do estudo tem como base Geertz (1989), André (1995) Mattos (2011), Sacristán (2000), Lopes (2005, 2008), Ball (2000), Tura (2002), Moreira (2001), dentre outros. Neste momento, os resultados parciais das análises revelam evidências do campo que nos permitem inferir que, quanto maior o enriquecimento do currículo com práticas curriculares com sentidos para os alunos, maiores e mais significativas são as aprendizagens e a potência dos significados no processo de escolarização.