Neste artigo apresentamos os impactos do acesso à educação escolarizada para sujeitos sociais residentes no município de Rio Largo -AL, que foram privados desse direito na idade própria. A pesquisa ora publicizada visa discutir o poder transformador da educação a partir das falas de estudantes adultos e idosos oriundos do primeiro segmento das escolas municipais ofertantes da modalidade EJA. Rio Largo é o terceiro maior município do Estado de Alagoas e tem uma história marcada pela exploração de mão obra da monocultura da cana-de-açúcar e pelas fábricas têxteis. Essa configuração social contribuiu para a formação de um contingente populacional sem acesso a processos formativos escolarizados ou com níveis elementares de escolarização. Essa realidade teve uma forte influência na formação escolar desse segmento populacional no município, visto que, hoje, aproximadamente 10% da população está analfabeta. A investigação assume um percurso metodológico pautado na história oral, conforme Thompson (2002) e utiliza como instrumento de coleta de dados a entrevista semiestruturada. Os sujeitos alvo da pesquisa são estudantes egressos do 1º segmento da EJA das escolas municipais de Rio Largo – AL. Esta pesquisa dialoga com os estudos de Freire (2001), Gadotti (2013), Costa (1931) e outros. A investigação fez emergir uma realidade promissora na vida dos sujeitos da pesquisa, uma vez que o domínio dos conhecimentos linguísticos com o aprimoramento das práticas de leitura e escrita permitiram a abertura para a construção de sonhos. Diante do exposto, concluímos que o direito à educação é condição preponderante para o acesso aos demais direitos, posto que é uma via de ação formativa capaz de redimensionar histórias de vida, logo, o saber do mundo letrado é o ponto de partida para a construção de novas mentalidades individuais e coletivas.