A Educação em geral através das relações sociais e dos processos educativos cumpre um duplo papel na sociedade capitalista. Ela fornece qualificação para o mundo do trabalho e controle político das massas. No Brasil, as condições de trabalho dos professores são contempladas pelo que determina o Art. 206 da Constituição Federal (CF) de 1988. Além disso, outras políticas constitucionais foram implantadas para consolidar o estabelecido na CF, tais como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundeb), o Piso Salarial Nacional e o Plano Nacional de Educação. Em meados do anos 1970, diferentes países da América do Sul iniciam uma série de estudos para o que se constituiu numa área de investigação sobre as relações da Educação e o mundo do trabalho. Anteriormente a esse cenário, nos EUA surge a Economia da Educação, onde a Educação é vista como um bem ou serviço no universo das interações entre oferecimento e demanda. O objetivo deste trabalho foi, através de levantamento bibliográfico, discutir numa perspectiva teórica sobre as relações de trabalho e relações tóxicas (abusivas) no ambiente escolar privado brasileiro. No Brasil, são inúmeros os relatos de precarização do trabalho docente em escolas particulares, seja por falta de incentivos financeiros para os trabalhadores, seja pela escassez das condições mínimas ao funcionamento de escolas, seja pelos baixos salários. Essa precariedade promove uma ruptura com a docência tanto pelo adoecimento de seus trabalhadores como descontentamento com a profissão. Conclui-se que os fatores mencionados, além do constrangimento nas relações de trabalho na escola e a exploração causada pelo excesso de trabalho, sem quaisquer garantias do fornecimento básico para execução com qualidade do serviço, lógica organizacional por vezes orientada por manuais pseudo-pedagógicos, favorecem a precarização do trabalho docente.