Este artigo tem como objetivo apresentar a Justiça Restaurativa como uma metodologia que oferece um potencial para abordar conflitos e questões disciplinares de uma maneira mais abrangente e inclusiva no ambiente acadêmico. Considerada uma prática que possibilita trocar as lentes pelas partes envolvidas, em virtude de contribuir para a construção de relações interpessoais pautadas na paz e na colaboração, uma vez que este meio não se concentra somente nas penas e regras, e sim realiza de forma efetiva e empática a solução do conflito entre as partes. Este artigo apresenta os principais conceitos que fundamentam a Justiça Restaurativa, como: comunicação não violenta, círculos de construção de paz, gestão de conflitos e outros. A Justiça Restaurativa foca no diálogo entre as partes e na busca de solução de forma mútua. Assim, por meio de uma abordagem qualitativa, este artigo analisa uma experiência realizada em uma instituição de ensino superior no sul do Maranhão. Esta instituição implantou um núcleo de Justiça Restaurativa em parceria com o Tribunal de Justiça e foram realizadas experiências que visam ser esta ponte entre os estudantes, colaboradores e dirigentes da instituição e se estendendo à sociedade, na busca de solução de problemas, internos e externos à comunidade acadêmica e acabam de forma intensiva impactando no ambiente escolar. Tais vivências já revelam mudanças de comportamentos e conduta dos estudantes envolvidos, atuando com vistas à solução antecipada dos conflitos, evitando assim que ambientes de violência e discriminatórios sejam criados e a inclusão e diálogo sejam as opções mais eficazes para construção desse ambiente de paz, que se estenderá para além do espaço físico da instituição, contribuindo para uma formação mais humana e cordial, formando pessoas que no exercício de sua profissão, bem como da cidadania, agem pela justiça, igualdade e pelo bem comum.