O objetivo deste artigo é refletir sobre as contribuições do pensamento educacional de Pistrak (2011) na construção da proposta pedagógica do Movimento Sem Terra (MST), destacando como o MST se inspira nas teorias do pedagogo soviético na elaboração da sua proposta. Além disso, o texto discute a concepção de educação omnilateral, proposta por Marx (2013), que envolve a formação integral do ser humano em todas as suas dimensões. A análise apresentada ressalta como a proposta educacional do MST contrasta com o modelo educacional capitalista, com ênfase na auto-organização dos educandos, na relação entre escola e prática social, e na formação voltada para a transformação social. A metodologia empregada nesta pesquisa consistiu em pesquisa descritiva, aliada à abordagem bibliográfica e documental. A análise dos dados coletados foi conduzida mediante a aplicação do Materialismo Histórico-dialético como principal ferramenta analítica. Os resultados indicam que o MST experimenta e fomenta a viabilidade real da implementação de métodos educacionais baseados nos fundamentos teóricos e metodológicos da pedagogia socialista e enfatiza o seu compromisso com a classe trabalhadora, sua luta por reforma agrária e educação, e como a proposta pedagógica está alinhada com o projeto político do movimento em busca de transformações sociais mais profundas. A análise também destaca a importância de formar sujeitos engajados na transformação social, e na conexão direta entre a educação do MST e os princípios socialistas.