Os impactos da pandemia de COVID-19 incluíram a interrupção prolongada das aulas presenciais e o crescimento das desigualdades sociais que contribuíram para ampliar as lacunas de aprendizagem existentes nas redes de ensino. Assim, utilizamos a gamificação para recompensar o desenvolvimento de habilidades essenciais de escrita e compreensão da língua portuguesa para minimizar a defasagem escolar e promover a equidade na escola. O projeto foi realizado na EMEB Isabel Almeida Silva, localizada em Vargem Grande/MA, e abrangeu doze estudantes do Ensino Fundamental II cujas defasagens em leitura foram identificadas pelos professores regentes de Língua Portuguesa. Os estudantes foram diagnosticados como leitores iniciantes, decodificadores ou elementares, incluindo alunos PcD e com dificuldades de aprendizagem, como dislexia. O pequeno número de estudantes viabilizou o desenvolvimento de um plano de ensino individualizado (PEI) pautado em suas potencialidades e desafios. Os encontros, realizados duas vezes por semana no decorrer de 2023, no contraturno, incluíram a aplicação do modelo Emília Ferreiro de alfabetização e do método fônico, além de uma oficina de produção de contos, como culminância do projeto. Para incentivar a assiduidade dos estudantes e o acompanhamento da família, desenvolvemos um jogo com foco na superação de desafios e frequência nos encontros. Criamos um mural contendo informações de cada aluno, como nome e ficha de progresso, além de uma área reservada para evidenciar a família que melhor acompanhasse o estudante. Cada avanço era catalogado para que ao final de cada mês o aluno destaque fosse recompensado com brindes. Observamos dois estudantes que avançaram significativamente a ponto de não ser mais necessário que frequentassem os encontros. Todos os dez estudantes restantes produziram um texto do gênero conto. Um aluno, que mal reconhecia o alfabeto, finalizou o projeto reconhecendo sílabas. Os nove restantes progrediram de leitores elementares e/ou decodificadores para leitores desejáveis.