Frequentemente, a natureza é enxergada apenas pelos benefícios tangíveis que oferece, como alimentos, medicamentos e recreação, sendo desprovida de valores intrínsecos e reduzida a seu valor instrumental. Essa visão utilitarista e fragmentada da natureza resulta frequentemente em conflitos relacionados à conservação e uso sustentável da biodiversidade. No contexto específico dos animais peçonhentos, como as arraias, a falta de compreensão de seus papéis ecológicos e biológicos muitas vezes os torna alvos de uma percepção negativa, considerados prejudiciais aos humanos. No entanto, as arraias desempenham uma função crucial nos ecossistemas aquáticos, participando ativamente do fluxo de energia entre os diferentes níveis tróficos. A comum ocorrência de acidentes com esses animais, que muitas vezes estão associados à falta de informação, contribui para a perpetuação dessa visão negativa em relação a esses animais. O presente trabalho tem como objetivo realizar intervenções pedagógicas para contribuir com o processo de ensino-aprendizagem dos estudantes, com ênfase na educação ambiental, conservação de elasmobrânquios e prevenção de acidentes com arraias. Foi realizada uma apresentação para uma turma de 7º ano da escola Municipal Frei Manoel Procópio em Imperatriz, com uma abordagem qualitativa através da aplicação de questionários antes e após as aulas para verificar o aumento da compreensão sobre esses animais. Com a aplicação foram alcançados 15 alunos, dos quais inicialmente a maioria não tinha conhecimento sobre o nome científico de tal grupo, associando-o a lesmas e pepinos do mar. Ainda se percebeu crenças em mitos de conhecimento popular envolvendo os primeiros socorros em casos de acidentes com arraias e tubarões. No entanto foi visto, após a apresentação e exposição de espécimes conservados a mudança na percepção dos alunos sob tais organismos, como a quebras de superstições em relação a tubarões e arraias, uma melhor compreensão dos primeiros socorros e a importância de sua preservação