O ambiente vai além do espaço físico formado por paredes, tetos, quadros, cartazes e outros materiais, o ambiente, enquanto sistema vivo envolve outra dimensão tão relevante quanto a física: a dimensão relacional, que abrange os modos como interagimos com o espaço, como dialogamos com diferentes actantes e estabelecemos relações em contextos diversificados. Neste artigo pretende-se discorrer, por meio de uma pesquisa bibliográfica, sobre o impacto e relevância da organização dos espaços das instituições de educação infantil com foco na construção de um ambiente que conecte as dimensões físicas e relacionais. Para isso, selecionou-se estudos de Horn (2008), Oliveira (2011), Forneiro (2007) e alguns documentos do Ministério da Educação–MEC que versam sobre a temática, a saber: Referenciais Curriculares Nacionais para Educação Infantil (BRASIL,1998); Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil (BRASIL, 2009); Parâmetros Nacionais de Qualidade para Educação Infantil (BRASIL, 2005) e Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2027). Em geral, a pesquisa revelou que existem muitos diálogos sobre a relevância da organização dos espaços da educação infantil que possibilitam aos professores repensarem suas ações e projetarem novos espaços que revelem as identidades das crianças, manifestem os desejos delas no processo de ensino-aprendizagem, respeitem os ritmos e tempos de cada uma sem a preocupação conteudista e sem a sobrecarga de informações. Além disso, tais espaços precisam considerar a perspectiva multicultural que atende as diversidades e especificidades de todos e valorizar a heterogeneidade dos conhecimentos produzidos, conectando assim as dimensões físicas e relacionais no contexto da educação infantil.