Nossa pesquisa, baseada nos estudos de Bakhtin, visa investigar a natureza dialógica e responsiva-ativa do gênero diário de leitura. O gênero em tela pode ser um aliado na formação de leitores-ativos, aqueles que inscrevem no texto sua marca autoral. Com esse propósito, adotou-se como metodologia a pesquisa-ação, em que há a integração entre pesquisadores e estudantes na investigação. Para a análise da escrita autoral nos diários, utilizaremos as produções textuais escritas dos estudantes do primeiro ano do Ensino Médio do curso técnico integrado em Informática para Internet do IFPE campus Paulista, os quais terão que produzir três diários com as seguintes propostas: a primeira delas, uma leitura obrigatória; a segunda, uma lista com obras sugeridas pela discente-pesquisadora e, a última, o diário a partir de uma obra de livre escolha dos estudantes-autores. Nesse primeiro ano de pesquisa, é esperado que trabalhemos apenas com os diários escritos como resposta à leitura obrigatória, para a qual escolheu-se o clássico: Frankenstein, escrito por Mary Shelley, no século XIX. O processo de investigação ainda está em andamento, e, nas próximas etapas, serão feitas as análises detalhadas do corpus, as quais terão como categorias analíticas: os registros de reação diante do texto lido, a inscrição da posição enunciativa, a relação feita pelo estudante com o texto lido e outras experiências, a voz com qual o diarista dialoga, a ação exotópica dentro do texto e o registro das dificuldades durante a leitura. Os resultados esperados da nossa pesquisa são o mapeamento da escrita autoral dos estudantes do Ensino Médio Integrado, com foco no levantamento das formas de agenciamento das vozes alheias e na análise dos recursos linguístico-discursivos demarcadores de autoria na escrita. Acreditamos que esse gênero tenha potencial de desenvolver as habilidades de leitura, compreensão, escrita autoral e a a mpliação do repertório cultural dos discentes.