O uso de atividades externas à sala de aula (AESA) no ensino de Ciências e Biologia (ECB) tem sido amplamente defendido. Visando contribuir para o uso dessa estratégia na prática docente, tem-se realizado semestralmente uma formação específica sobre planejamento e desenvolvimento de AESA no ECB junto a estudantes da Licenciatura em Ciências Biológicas em contexto de Prática como Componente Curricular. A formação é realizada em três aulas totalizando doze horas de carga horária. A primeira aula é teórica sobre o conceito de AESA e dos potenciais didáticos de elementos da diversidade geológica, biológica e cultural comuns em espaços urbanos e periurbanos e que podem ser utilizados pelo professor para AESA no espaço escolar, no entorno e nas proximidades. Nessa aula também é apresentado aos estudantes o fluxograma de viabilidade de realização de AESA (envolvendo aspectos logísticos como distância, transporte, disponibilidade de tempo, alimentação e hospedagem) e uma proposta metodológica de planejamento de AESA envolvendo seis etapas. Na segunda aula, realiza-se com os licenciandos uma AESA no próprio campus em que estudam para observação e estudo dos elementos diversos que ocorrem no local e dos potenciais didáticos desses elementos. Utiliza-se um roteiro com algumas estações de observação e estudo (EOEs) pré-estabelecidas. A avaliação do potencial didático das EOEs considera quatro aspectos: questões logísticas (segurança, infraestrutura e acessibilidade); riqueza e diversidade de elementos naturais/culturais; potenciais para realização de práticas pedagógicas e interpretativas; ancoragens em diretrizes curriculares. Após a aula de campo, realiza-se um grupo focal para uma análise estratégica do uso das AESA, fazendo-se uso de uma matriz FOFA adaptada. Na terceira aula, os estudantes preparam e apresentam um relatório detalhado das análises dos potenciais didáticos. Os resultados indicam como os futuros professores avaliam o uso da AESA como estratégia de ensino, suas potencialidades e limitações no ECB.