Nas últimas décadas, o modelo único de família nuclear alterou-se para uma grande diversidade de padrões familiares. Portugal seguiu o rumo de outros países ao permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo, bem como a permissão de adoção de crianças, por esses casais. Assim, poder-se-á questionar se o desenvolvimento de uma criança adotada, que viva no seio de uma família homossexual é condicionado, ou se essa adoção será sempre favorável à criança, porque irá viver dentro de um contexto familiar organizado e sentir-se-á mais protegida? Neste sentido, este estudo pretende responder a estas questões, através de uma revisão narrativa da literatura. A reflexão crítica realizada permitiu perceber a importância de se avaliarem os comportamentos das crianças e dos seus problemas emocionais, quer vivam em famílias homossexuais, quer em famílias heterossexuais, onde todos os intervenientes - criança, pais, professores, psicólogos, outros terapeutas -, devem ser ativos, no processo de ajustamento psicológico, de forma a debelar eventuais fragilidades que as crianças possam vir a manifestar. O estudo permitiu ainda refletir sobre as dificuldades que os casais homossexuais enfrentam, e perceber que implicações a discriminação social tem no desenvolvimento das crianças. Importa, assim, investir, nesta área, para um maior apoio institucional, nomeadamente ao nível da escola, que vise a diminuição da estigmatização e o pleno desenvolvimento social e emocional das crianças e das suas famílias.