O objetivo deste estudo é compreender as dificuldades que impedem mulheres negras de saírem do emprego doméstico e acessarem o conhecimento. Esta empreitada não é tarefa fácil, vez que muitos acreditam que o conhecimento é um privilégio que os negros não merecem, ou não tem esse direito. A naturalização desta compreensão está instalada no imaginário das sociedades colonizadas, de que mulheres negras além de receberem os menores salários, elas não podem, a partir do que está estruturado, ocuparem os bancos de universidades. Os impedimentos são vários e estão alicerçados na base do racismo enquanto ação e política de poder. Neste estudo preliminar, a universidade pública, sonhos, desencontros e possibilidades, realizado no terceiro semestre do Curso de Pedagogia da Universidade do Estado da Bahia(UNEB), de autoria de duas mulheres negras, domésticas e estudantes, propõe compreender a partir de suas próprias experiências - histórias de vidas - o contexto em que residem as dificuldades e as lutas que cotidianamente as impedem de adentrar e permanecer na universidade, ou seja, de cursar e concluir o ensino superior. Para tanto, objetivamos: compreender as dificuldades e seus entrelaçamentos que afetam o ingresso e permanência de mulheres negras na universidade; analisar a partir das nossas próprias experiências em que ponto de nossas relações intensificam as dificuldades que nos impedem de acessarem o conhecimento; Decidimos pela Pesquisa Social, na abordagem qualitativa, em Maria Cecília Minayo (2007). A fundamentação teórica tem base nos seguintes autores: Carlos Rodrigues Brandão (1980); Frantz Fanon (2008); Milton Santos (2000) e Carlos Cipriano Luckesi (2005). Espera-se, que o estudo e a pesquisa, sobre as dificuldades que atravessam os caminhos de mulheres pretas/domésticas para chegarem à universidade, sejam práticas frequentes entre estudantes e estudiosos que chegam na universidade.