Este artigo apresenta os resultados de uma análise crítica sobre a introdução do Pensamento Computacional na Educação Básica, fundamentando-se nos pressupostos do método histórico-dialético presentes nas obras de Acácia Kuenzer (2016), Maria Ciavatta (2022) e Gaudêncio Frigotto (2011). O Pensamento Computacional, um dos eixos das normas de Computação para a Educação Básica, tornou-se obrigatório no Brasil em 2022, com a aprovação por meio do parecer CNE/CEB 2/2022 do Conselho Nacional de Educação, que define e orienta o ensino das normas para a Computação na educação básica. A análise crítica é resultado de uma pesquisa exploratória que utiliza a Revisão Sistemática de Literatura (RSL) como abordagem, visando compreender as contradições e implicações desse conhecimento desde 2006 nas escolas públicas do Brasil. As categorias "contradição" e "ideologia" do materialismo histórico-dialético são empregadas como instrumentos analíticos na busca dos resultados. A pesquisa foi conduzida por meio da string de busca "Pensamento computacional", "Educação Básica" e "escola pública" nas bases de pesquisa do Google Scholar e nos periódicos Capes. Os resultados obtidos por meio da investigação apontam que o ensino do Pensamento Computacional na Educação Básica brasileira está sendo incorporado de acordo com processos, propostas e ideias alinhadas a uma perspectiva vinculada às políticas educacionais neoliberais. Essa tendência é evidenciada pelo amplo uso de referências teóricas e normativas de países cuja ideologia capitalista é predominante. Espera-se que os resultados desta pesquisa contribuam para a compreensão da introdução do Pensamento Computacional na Educação Básica, promovendo uma reflexão sobre como adotar uma perspectiva mais contra-hegemônica na formação de professores e alunos nesse campo.