Este estudo investiga o papel crucial dos livros paradidáticos infantojuvenis na desconstrução de estereótipos raciais e na promoção de uma educação antirracista. A partir das teorias de bell hooks e Nilma Lino Gomes, analisamos como essas obras influenciam a formação da identidade e autoestima das crianças negras. hooks ressalta a importância da representação positiva de pessoas negras na mídia e na literatura, enquanto Gomes enfatiza a necessidade de materiais que reflitam a diversidade étnico-racial da sociedade brasileira (hooks, 1992; Gomes, 2012). Ambas as autoras advogam por uma abordagem crítica na educação, destacando que a ausência de representatividade pode impactar negativamente as crianças, fortalecendo estereótipos e preconceitos raciais. A falta de diversidade nos livros paradidáticos pode limitar as referências culturais das crianças, especialmente quando se trata de figuras como as princesas da Disney, ainda muito utilizadas em espaços educacionais, e que historicamente têm sido predominantemente brancas. Esta ausência de representatividade pode reforçar a ideia de que a beleza, o valor e a narrativa dominante são exclusivos de um único grupo racial, perpetuando assim o racismo estrutural (hooks, 2006). Portanto, a presença de personagens negros e de outras minorias étnicas nos livros paradidáticos é essencial para promover uma visão mais inclusiva e precisa da sociedade, ajudando a fortalecer a autoestima e a identidade positiva das crianças negras. Este estudo destaca a necessidade urgente de garantir que os livros paradidáticos reflitam a diversidade étnico-racial da população e sirvam como uma ferramenta poderosa na luta contra o racismo na educação e na sociedade em geral.