Um currículo é um documento implicitamente materializado por relações de poder e um projeto de curso superior não é (só) da instituição, não é (só) do aluno, não é (só) dos professores; é um curso de toda a coletividade, de todos nós enquanto sociedade. Afinal, é esse currículo e esse projeto de curso que serão a base da formação dos agentes que exercerão o poder e aplicarão a equidade no âmbito do seu campo profissional. A maior dificuldade que se encontra em um processo de reforma curricular é a forte divergência de ideias e a defesa contundente do modo de pensar. Todos os vieses devem ser trazidos para o debate, pois isso torna o currículo e o projeto pedagógico o mais democrático possível. Há múltiplos fatores que, em sentido geral, são capazes de subsidiar a qualidade da educação superior, dentre eles o respeito às heterogeneidades. Esta pesquisa indagou sobre a importância da participação coletiva na construção de um currículo escolar superior, uma vez que o respeito às heterogeneidades dos destinatários do currículo constitui um verdadeiro elemento de legitimidade deste elemento pedagógico. Nesse sentido, a pesquisa propõe procedimentos de reforma curricular fundamentados na democracia participativa. A metodologia foi a qualitativa, do tipo bibliográfica e documental, além de analítica, interpretativa e propositiva, pois, a partir dos relatos de experiências vivenciadas em cursos superiores, foi elaborada uma orientação inspiradora para outros processos. Como resultado, a pesquisa elaborou planos com as experiências e, assim, produzir um esquema para orientar outros cursos em suas reformas.