O presente trabalho aborda a evolução do conceito de letramento, inicialmente empregado nos anos 80 para repensar os estudos sobre alfabetização, destacando sua ampliação para além das competências individuais de leitura e escrita para incluir o uso social dessas habilidades. No contexto brasileiro, o termo letramento racial traz o reconhecimento da necessidade de compreender as práticas sociais e discursivas da escrita em relação à questão racial. A análise explora como a hierarquização racial perpetua o poder branco e justifica práticas discriminatórias, evidenciando a branquitude como uma construção social que confere privilégios simbólicos e materiais aos brancos. Além disso, discute-se os Estudos Críticos da Branquitude, originados nos Estados Unidos na década de 1990, e sua relevância para compreender a identidade racial branca em sociedades marcadas pelo colonialismo. Ademais, o trabalho destaca a necessidade de investigar o letramento racial crítico no ambiente escolar como uma forma de enfrentar as desigualdades raciais, considerando a escola como um espaço de transformação social e também propõe explorar como o letramento racial, enquanto prática de leitura, pode oferecer respostas individuais às tensões raciais na estrutura social, destacando a importância da formação docente nesse processo. Por fim, este trabalho destaca a relevância do letramento racial como uma ferramenta fundamental no combate às práticas racistas e na promoção de uma sociedade mais justa e igualitária.