Resumo: Na pesquisa pretende-se identificar os causos determinantes para o desenvolvimento de conflitos civis violentos na porção ocidental da África no Século XX presentes em “Hotel Rwanda” (2005), de Andy Capper, “Blood Diamond” (2006) de Edward Zwick e “Cannibal Warlords of Liberia” (2007), de Terry George. A metodologia se baseará na Teoria Semiótica Greimasiana Francesa, no que concerne a análise de signos, símbolos e imagens. A fundamentação teórica dar-se-á a partir dos estudos de Eagleton (2011) e Williams (2007), quanto a cultura; Nkrumah (2018) quanto a luta de classes na África; Magnoli e Barbosa (2008), quanto à Conferência de Berlim (1884-1885) e consequente Partilha da África (1884-1914); Harris (2012) e Hatzfeld (2005) quanto aos conflitos civis ocorridos na porção ocidental da África ao findar da década de 1990. Como resultado, têm-se que os filmes se estruturam a partir de representações que permitem a distorção da realidade total vivida no continente africano, em uma representação negativa do estado de subjetividade do indivíduo africano, ao construir enredos violentos que tratam de conflitos civis ocorridos na parte ocidental do território em troca de um massivo lucro para a indústria do imaginário estrangeira, reforçando uma ideia de miserabilidade e pobreza, desordem e caos. Como considerações finais, afirmamos que não somente o eurocentrismo e eugenismo ocorreram a partir da perseguição de um padrão de produção em detrimento do desenvolvimento de civilizações inteiras, mas para que também nações e impérios econômicos estrangeiros pudessem se tornar donos de porções territoriais definidas por acordos com as divisões arbitrárias destas fronteiras artificiais. De modo que quando ocorre o genocídio nessas mídias é reforçada a imagem de uma África que definha em miserabilidade, mesmo que os principais recursos utilizados pela indústria tecnológica, alimentícia e bélica continuem originários de lá.