O ensino de produção escrita é sempre um momento desafiador nas aulas de língua portuguesa. Para os estudantes, o processo da escrita é uma etapa árdua e que exige muito esforço cognitivo; e para os professores, é a oportunidade de verificar a qualidade da escrita e o conhecimento adquirido, pelos estudantes, das estruturas gramaticais. No entanto, sabemos que o processo de escrita vai além redigir um texto conforme as regras. Escrever é um construto sociocultural, é um processo de construção de sentidos que deve estar inserido em uma prática e em um ambiente social. Objetiva-se com este trabalho discutir como a Metodologia de Aprendizagem Cooperativa favorece aos estudantes uma prática processual de escrita nas aulas de Língua Portuguesa no ensino fundamental II. Neste trabalho, utiliza-se a noção de texto como uma unidade de interação (MARCUSCHI, 2008) e ato social (VIEIRA, 2005), resultado de um processo de ida e vinda, de planejamento, de facção e refacção textual (SERAFINI, 1989). São analisados dois textos de dois estudantes, um texto de escrita inicial e a versão definitiva. Os dois textos são resultantes de três aulas de produção de texto utilizando a metodologia de Aprendizagem Cooperativa. Aquele é fruto de uma discussão do grupo sobre o tema trabalhado com o intuito de gerar uma produção, enquanto que este é o resultado do compartilhamento e análises realizadas pelos próprios membros do grupo.