Apesar dos avanços na igualdade de gênero, o machismo ainda permeia as estruturas sociais, influenciando negativamente a experiência acadêmica das alunas no campus Rio Grande do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul. Este estudo teve como objetivo identificar (micro)violências de gênero vivenciadas ou observadas por estudantes dentro desse espaço educacional. Utilizando uma metodologia que incluiu revisão de literatura e um estudo de caso, dados foram coletados através de um questionário anônimo, com perguntas abertas e fechadas, aplicado no último trimestre de 2023 a alunas do Ensino Médio Técnico Integrado. Com a participação de 69 estudantes, os achados revelaram uma notável falta de representatividade feminina entre o corpo docente, contribuindo para a perpetuação de estereótipos de gênero e afetando adversamente as estudantes. A pesquisa também constatou que a maioria das alunas experienciou algum tipo de violência de gênero, especialmente por parte de colegas e professores, com relatos que incluem comportamentos inapropriados e assédio. Além disso, o temor de represálias e a prevalência de uma cultura de silêncio quanto ao machismo reforçam a necessidade urgente de ações para combater esses problemas. As percepções das alunas sobre a desigualdade de gênero foram corroboradas por experiências de desvalorização de suas opiniões, a necessidade de esforço extra para serem reconhecidas e o tratamento diferenciado em comparação aos colegas homens. Portanto, os resultados enfatizam a importância de adotar medidas para aumentar a representatividade feminina e fomentar um ambiente acadêmico mais igualitário e respeitoso, considerando o impacto negativo do machismo na trajetória educacional das alunas.