Este artigo apresenta informações coletadas em um estudo de cunho qualitativo caracterizado como uma revisão integrativa da literatura que objetivou analisar as produções científicas, do período de 2016 a 2020, que tenham como foco as mulheres com deficiência nas Instituições públicas brasileiras de Ensino Superior. Como base de dados elegemos o Portal da Capes, a Revista de Educação Especial/UFSM e a Plataforma Google Acadêmico e, definimos, após aplicação dos critérios de inclusão, o total de 10 produções que foram analisadas. O aporte teórico desta pesquisa pautou-se nos Estudos Emancipatórios da Deficiência que se propõe, desde a sua essência, a combater o capacitismo. Partimos da premissa de investigar COM as mulheres com deficiência, não SOBRE elas, assim, contamos com um grupo de apoio composto por 5 mulheres com deficiência que acompanharam toda a pesquisa, desde a elaboração dos objetivos, a validação da metodologia e a análise dos resultados. Os resultados obtidos revelaram: I) baixa produção científica e de artigos sobre o grupo foco deste estudo; II) predominância do “capacitismo” na produção científica, ainda que não valorizado na maioria dos artigos analisados; e III) presença da interseccionalidade como epistemologia de base em algumas produções. Entendemos que estes achados reafirmam a necessidade de transformar o contexto das pesquisas que tenham como foco as mulheres com deficiência nas Instituições de Ensino Superior associando à relevância de metodologias que valorizam, instigam e respeitam este grupo que tem sido, continuamente, relegado à objeto de pesquisa, seja pela presença da lesão, seja pelo gênero de seus corpos.