A Educação Ambiental (EA), como estabelece a legislação brasileira vigente, deve ser promovida na educação formal e não formal, em todos os níveis de ensino. Isso, portanto, abrange as aulas de química no ensino médio, que não podem, quando necessário, desvestir-se do dever de dialogar com questões ambientais e, por consequência, contribuir para, além da formação técnica, a formação humanística e cidadã dos estudantes. Diante desse entendimento, a presente pesquisa tem, como objetivo geral, identificar os impactos ambientais causados pelo vazamento de “ácido sulfônico” no Rio Seco em Joinville–SC e como esse acontecimento pode ser utilizado para inserção da EA nas aulas de ácidos e bases orgânicos na 3ª série do Ensino Médio. O vazamento de ácido sulfônico no Rio Seco ocorreu em Janeiro de 2024, tendo uma repercussão não apenas regional, mas também nacional, devido à gravidade dos impactos ambientais causados, a exemplo da contaminação do solo, fauna, flora e dos recursos hídricos. Os ácidos sulfônicos são compostos orgânicos caracterizados pela presença do grupo funcional -SO3H. A natureza ácida desta classe orgânica permite seu uso como conteúdo para a abordagem das reações ácido-base, tradicionalmente lecionados na 3ª série do Ensino Médio. Em razão disso, a utilização desta classe em sala de aula pode permitir a realização de um elo desse conteúdo com temas de EA, a partir dos impactos ambientais gerados no Rio Seco, colaborando, portanto, para a formação dos estudantes através do conhecimento químico e enquanto cidadãos ambientais. A opção metodológica foi por uma pesquisa exploratória, por meio de análise documental e revisão bibliográfica, diante da necessidade de conhecer-se os fundamentos teóricos/normativos da EA e as particularidades dos impactos ambientais ocorridos em Joinville–SC, para o estabelecimento de liames com o conteúdo de ácidos e bases orgânicos lecionados nas turmas de 3ª série do ensino médio.