O acesso à Educação Superior tem se tornado uma realidade cada vez mais presente para estudantes surdos. Contudo, tendo em vista que a Libras é a língua natural desse público, reconhecida pela Lei nº 10.436/2002, o que dá a entender que a língua portuguesa é a segunda língua, sendo esta última é a língua que predomina o meio acadêmico, surge a indagação a respeito do que o discente surdo pensa sobre as suas práticas de leitura e escrita em português. Mediante a isso, o presente trabalho objetiva analisar as representações sociais do estudante surdo sobre a leitura e escrita acadêmica, à luz do referencial teórico de Moscovici (2003; 2007). Metodologicamente, adotamos uma abordagem qualitativa, de caráter bibliográfico, cujo conteúdo é a análise das representações sociais, as quais têm como base os discursos dos próprios estudantes surdos extraídos dos relatos contidos em artigos científicos selecionados por meio do levantamento bibliográfico. Os resultados demonstraram que as representações sociais dos estudantes surdos sobre a leitura e escrita acadêmica foram: “incapacidade”, por não conseguir alcançar o objetivo pretendido, “importante”, para se autoavaliar e melhorar sua escrita ao ingressar na universidade, e “dificuldade”, uma vez que a disponibilização dos materiais adaptados em Libras poderia facilitar a compreensão dos conteúdos acadêmicos em português. A partir da análise dos resultados, concluímos ser necessário ampliar o debate, a fim de minimizar as limitações que ainda são impostas nesses estudantes e as representações negativas sobre si, as quais impedem o seu desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita.