Pauta de discussão onde quer que se fale da educação, a formação inicial de pedagogos é um grande desafio tendo em vista a elevada gama de conhecimentos que devem ser construídos e refletidos objetivando uma educação de qualidade. No campo da Educação Matemática, o desafio amplia-se uma vez que nessa área facilmente encontramos estudantes, futuros pedagogos que relatam as dificuldades e barreiras que têm em relação a matemática, originadas na maioria das vezes na Educação Básica, resultado da relação conturbada que se estabeleceu entre esses estudantes e a disciplina. Assim, o trabalho que por ora se apresenta aborda uma prática efetivada pelas autoras durante a realização do estágio de docência, com os alunos da 6ª fase do curso de Pedagogia, da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, na disciplina matemática e Ensino, onde objetivou-se analisar, por meio de narrativas escritas, a influência das memórias das aulas de matemática da Educação Básica, na formação inicial de pedagogos. Como percurso metodológico, optou-se pela abordagem qualitativa, onde os dados foram gerados a partir das narrativas dos estudantes sobre as memórias que tinham das aulas de matemática, quando ainda frequentavam a Educação Básica. A Análise Paradigmática de Narrativas, com base nos estudos de Bolivar (2002), foi a metodologia adotada para a análise dos dados gerados. A utilização de narrativas possibilitou, para os alunos, a construção de diversos olhares, fruto de um processo reflexivo, contribuindo assim para o seu desenvolvimento pessoal e profissional. Narrar não é apenas a socialização das memórias. Ao compartilhar suas memórias, os alunos reconstroem sua compreensão do que vivenciaram, refletem o presente e perspectivam o futuro. Assim, ao propor a reflexão das memórias abre-se caminho para uma estratégia de formação inicial de pedagogos que privilegia a auto-reflexão, uma auto-formação, em busca da constituição de uma identidade profissional crítica e reflexiva.