Este trabalho visa apresentar o resultado — um projeto colaborativo — da experiência de estágio em coordenação pedagógica, realizado no Instituto Padre Miguelinho (Natal/RN), no turno noturno. No período do estágio, o qual contempla as etapas de observação, participação sistemática e projeto colaborativo, foram ouvidas questões, tanto dos docentes quanto da gestão e da coordenação, a respeito dos entraves para se continuar com o funcionamento da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Essa modalidade, no Brasil, é ofertada para pessoas que, em determinado momento da vida, pararam de estudar no ensino regular e desejam retornar para finalizar essa etapa em um período reduzido, tendo o direito à educação sido violado, segundo Di Pierro (2017), em decorrência de fatores como preconceitos, ausência ou distância de escolas, trabalho precoce, entre outros. Dessa forma, a EJA é delimitada por critérios de idade ou geração e por condições socioeconômicas desfavoráveis, às quais se associam o analfabetismo, a baixa escolaridade ou a insuficiente formação profissional (Di Pierro, 2017). Assim, após uma conversa com o supervisor do estágio, decidiu-se discutir, por meio de entrevistas, sobre os desafios e as possibilidades da atuação docente, da gestão e da coordenação nas turmas de Ensino Médio da EJA da escola, contribuindo para uma reflexão-ação sobre a necessidade de se adotar estratégias, a médio e a longo prazo, que pudessem superar as questões levantadas. Apesar dos desafios enfrentados rotineiramente pela equipe pedagógica de uma escola, comprova-se que é preciso o exercício de percepção e sensibilidade, para identificar as necessidades da comunidade escolar, pela coordenação e gestão escolar, o que pode possibilitar um espaço maior de reflexão sobre suas práticas (Riscal, 2014), bem como dialogar com a equipe e incentivá-la a atuar considerando essas necessidades.